Com armas em punhos, na base dos socos e spray de pimenta, os desejos da burocracia acadêmica da UFBA finalmente se realizam. Nas primeiras horas manhã do dia 15 de novembro, em pleno feriado, a Polícia Federal invade a reitoria ocupada e retira à força os estudantes que lá permaneciam há 46 dias.
A reintegração de posse tinha sido conseguida na terça-feira desta semana, a pedido do Reitor Naomar de Almeida Filho, mas somente dois dias após, para dar tempo do EBEM (Encontro Brasileiro de Educação e Marxismo) terminar, encontro este que acontecia na própria reitoria ocupada, a ação da polícia se fez sentir, mostrando toda a covardia dos setores que controlam e vendem a universidade.
Este mesmo reitor, com apoio dos setores privatistas da universidade, incluindo o sindicato dos professores (APUB) e alguns grupos da burocracia estudantil, há menos de um mês já tinha simulado uma reunião do conselho universitário e aprovado de forma fraudulenta o apoio da UFBA ao decreto-REUNI e ao seu projeto Universidade Nova. Não tardaria para mais uma ação truculenta acontecer.
Na ação policial da manhã do dia 15 de novembro, a própria Polícia Federal se encarregou da ação, apontando suas armas aos rostos dos estudantes, batendo e humilhando os presentes. Dezenas de estudantes foram agredidos, e quatro deles foram presos de forma arbitrária. Nitidamente, as mulheres eram os focos das agressões, foram elas que mais sofreram com a violência física e psicológica promovida pela polícia durante a reintegração. Os estudantes foram liberados depois de encaminhados à sede da policial federal, mas estão sendo processados por desacato e por resistiram à prisão. Os outros estudantes agredidos foram impedidos, pela própria polícia, de prestarem queixa.
Infelizmente, a UFBA não é caso isolado. A repressão contra os estudantes foi marcante durante todo o ano de
Semana que vem, os estudantes prometem realizar uma grande assembléia geral para reforçar a luta que só termina com a derrubada do REUNI e com a garantia de uma assistência estudantil digna. Mas, a exemplo de outros movimentos sociais, o movimento de ocupação ganha mais uma bandeira: a luta contra a criminalização. Agora a luta é contra o REUNI e contra a repressão! Fora toda burocracia acadêmica, por uma universidade dos trabalhadores! Por uma Universidade Popular!
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