UM CONVITE...

Quando uma sociedade é incapaz de criar as justificativas da sua existência, modifica imediatamente os mecanismos de produção das ideologias. A universidade sempre foi um desses mecanismos. Mas se a universidade já não pode mais dar resposta ao atual estágio de dominação, é porque de alguma forma as pessoas começaram a despertar. Deixaremos mais uma vez os soníferos discursos das modernizações conservadoras nos colocarem na cama ou nos levantaremos definitivamente? Fazemos, então, um convite à rebeldia e à criatividade. Não podemos aceitar a velha universidade burocratizada, nem a UNIVERSIDADE NOVA colonizada. Construamos nós, junto aos trabalhadores, a Universidade Popular!

COMUNA


segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Todo domingo agora é dia de Universidade Popular!

Repetindo o que aconteceu semana passada, neste segundo domingo de Ocupação da Reitoria da Universidade Federal da Bahia, os estudantes pararam para debater, junto com os movimentos sociais, o caráter de classe e racista da universidade, apontando como saída a construção da Universidade Popular.

O dia começou cedo. Logo às dez da manhã, os estudantes ocupantes desceram ao Salão Nobre da Reitoria e, em círculo, contando com mais de 30 pessoas, debateram com uma representante da Bahia do Setor de Educação do MST a concepção de Universidade Popular deste movimento, que tem como referência a Escola Nacional Florestan Fernardes.

As táticas de organização da luta do movimento foram apresentadas. Foi também reafirmada a necessidade de preservar a autonomia dos trabalhadores frente ao Estado e aos partidos e o encaminhamento de construir novas formas de articulação das lutas. Mas foi lembrada, principalmente, a necessidade de construir um projeto de educação que contemple a classe trabalhadora. Deste debate, surgiu uma crítica à universidade do capital e o caráter conservador da tradicional esquerda.

À tarde, os ocupantes receberam a visita de um representante do MNU – Movimento Negro Unificado, que compartilhou com os estudantes as táticas de ação direta e as concepções do movimento. Foi apresentada a campanha "Reaja ou será morto – Reaja ou será morta" que luta contra o racismo, a homofobia e o sexismo e denuncia de forma muito contundente o extermínio da população negra promovida pelo Estado. O representante do MNU trouxe como questão central o crescimento da violência contra os militantes dos movimentos sociais e o extermínio de suas lideranças, realidade que se agravou muito no governo Wagner (PT). Foi declarada a falência do atual modelo de universidade, que pouco se preocupa com a realidade dos povos étnico-socialmente excluídos.

Destes domingo, duas mudanças de postura do Movimento Estudantil foram pautadas:

1) É necessário unificar a luta dos estudantes com a dos trabalhadores, de forma direta, sem mediações;

2)Chegou a hora de substituir as velhas bandeiras por novas, bandeiras que reflitam este novo momento de reorganização da classe trabalhadora.


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