UM CONVITE...

Quando uma sociedade é incapaz de criar as justificativas da sua existência, modifica imediatamente os mecanismos de produção das ideologias. A universidade sempre foi um desses mecanismos. Mas se a universidade já não pode mais dar resposta ao atual estágio de dominação, é porque de alguma forma as pessoas começaram a despertar. Deixaremos mais uma vez os soníferos discursos das modernizações conservadoras nos colocarem na cama ou nos levantaremos definitivamente? Fazemos, então, um convite à rebeldia e à criatividade. Não podemos aceitar a velha universidade burocratizada, nem a UNIVERSIDADE NOVA colonizada. Construamos nós, junto aos trabalhadores, a Universidade Popular!

COMUNA


segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Contra o REUNI, pela Universidade Popular!

Esta semana foi decisiva para os ocupantes da reitoria da UFBA. Após uma grande vitória na assembléia geral dos estudantes, o movimento ganhou força mesmo esbarrando no autoritarismo da reitoria, que num conselho fraudulento, diz ter aprovado o decreto-REUNI. Agora, dentro da ocupação, os debates se intensificaram, e o apoio vindo das outras mobilizações (UFPR, UFF, FSA, UFGRS e UFRJ) deu mais ânimo ao movimento.


A quinta-feira começou com uma assembléia geral dos estudantes como há muito tempo não se via na UFBA. Cerca de 600 estudantes foram ao auditório da Faculdade de Direito se posicionar contra o decreto-REUNI, apoiar a ocupação da reitoria e dar início ao processo de construção do plebiscito geral (estudantes, professores e técnicos) que tem por objetivo consultar toda comunidade a respeito da reestruturação do ensino superior no país. A comemoração aconteceu na própria reitoria, onde uma quiabada aguardava a todos.

Desta forma, os velhos grupos que eram contrários à ocupação -- pois, segundo eles, o movimento dos ocupantes ia de encontro aos tradicionais fóruns do Movimento Estudantil -- foram obrigados a legitimar a ocupação e se juntar ao MORU (Movimento de Ocupação da Reitoria da UFBA) já na quinta-feira. Sem sucesso, neste mesmo dia, tentaram acabar com a auto-gestão e as comissões abertas, instituindo no lugar um "Comando de Geral", tirando todo o poder da Assembléia da Ocupação. Agora, seguem na tentativa de transferir o poder ao Conselho de Entidade de Base, já que não conseguiram derrotar a democracia direita. Mas até então, o MORU vem garantindo a ampla participação de cada estudante, dando, de forma igual, voz e votos a todos e combatendo a burocratização do movimento.

Na sexta-feira, dia marcado para acontecer a reunião do CONSUNI -- o conselho que é a instância máxima da burocracia acadêmica, onde a pauta era a aprovação do decreto-REUNI -- os estudantes se prepararam para exigir que a decisão fosse tomada somente após o plebiscito. Em uma manobra extremamente autoritária, o reitor Naomar de Almeida Filho aprovou o decreto-REUNI sem mesmo contar o quorum, sem ter elaborado uma ata e sem dar voz aos representantes estudantis. Ele sabia que contra tamanha resistência, somente um golpe garantiria seus planos. Os estudantes agora elaboram uma forma de reverter a decisão tomada de forma autoritária.

Domingo, para repetir o que aconteceu nos dois anteriores, os estudantes ocupantes se reuniram para debater os rumos da universidade. Desta vez, o tema era o próprio decreto-REUNI, garantindo assim que os que acabaram de chegar pudessem por si defender as bandeiras do movimento que adotaram. Em meio às críticas ao governo federal e à burocracia acadêmica, foi reafirmada a necessidade de construção de um projeto de universidade popular como única forma de garantir aos trabalhadores uma educação digna.

domingo, 21 de outubro de 2007

CONTRA O REUNI!!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Todo domingo agora é dia de Universidade Popular!

Repetindo o que aconteceu semana passada, neste segundo domingo de Ocupação da Reitoria da Universidade Federal da Bahia, os estudantes pararam para debater, junto com os movimentos sociais, o caráter de classe e racista da universidade, apontando como saída a construção da Universidade Popular.

O dia começou cedo. Logo às dez da manhã, os estudantes ocupantes desceram ao Salão Nobre da Reitoria e, em círculo, contando com mais de 30 pessoas, debateram com uma representante da Bahia do Setor de Educação do MST a concepção de Universidade Popular deste movimento, que tem como referência a Escola Nacional Florestan Fernardes.

As táticas de organização da luta do movimento foram apresentadas. Foi também reafirmada a necessidade de preservar a autonomia dos trabalhadores frente ao Estado e aos partidos e o encaminhamento de construir novas formas de articulação das lutas. Mas foi lembrada, principalmente, a necessidade de construir um projeto de educação que contemple a classe trabalhadora. Deste debate, surgiu uma crítica à universidade do capital e o caráter conservador da tradicional esquerda.

À tarde, os ocupantes receberam a visita de um representante do MNU – Movimento Negro Unificado, que compartilhou com os estudantes as táticas de ação direta e as concepções do movimento. Foi apresentada a campanha "Reaja ou será morto – Reaja ou será morta" que luta contra o racismo, a homofobia e o sexismo e denuncia de forma muito contundente o extermínio da população negra promovida pelo Estado. O representante do MNU trouxe como questão central o crescimento da violência contra os militantes dos movimentos sociais e o extermínio de suas lideranças, realidade que se agravou muito no governo Wagner (PT). Foi declarada a falência do atual modelo de universidade, que pouco se preocupa com a realidade dos povos étnico-socialmente excluídos.

Destes domingo, duas mudanças de postura do Movimento Estudantil foram pautadas:

1) É necessário unificar a luta dos estudantes com a dos trabalhadores, de forma direta, sem mediações;

2)Chegou a hora de substituir as velhas bandeiras por novas, bandeiras que reflitam este novo momento de reorganização da classe trabalhadora.


segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Estudantes da UFBA ocupam reitoria e debatem Universidade Popular!

A ocupação da reitoria feita pelos estudantes da Universidade Federal da Bahia rompe o oitavo dia e promete grande mobilização nesta terça-feira. Derrubando todas as análises e desejos dos grupos conservadores, a ocupação sobreviveu ao seu primeiro fim-de-semana e ganha grande fôlego para as próximas lutas.

Após o abandono do DCE (DS/PT e AE/PT) e de outros segmentos do movimento estudantil ligados à antiga direção da entidade (O Trabalho/PT), ficaram na reitoria, além dos residentes que iniciaram as mobilizações, o PSTU e uma grande maioria de estudantes independentes em relação aos partidos.

Em todos os debates que aconteceram, os estudantes indicaram que não basta criticar o REUNI -- o que se transformou na principal pauta da ocupação junto com a exigência da implementação de uma política de assistência estudantil real --, mas há a necessidade de construir um projeto de universidade atrelada às demandas reais dos trabalhadores, o que já se chama de “Universidade Popular”.

Dentre as atividades realizadas no domingo, foi promovido um debate com o tema: “Universidade e Movimentos Sociais”, onde professores e representantes dos movimentos sociais foram convidados a refletir sobre a necessidade de democratizar o nosso ensino superior. Estavam presentes representantes do Movimento dos Sem-Teto de Salvador (MSTS), professores/as da própria UFBA e um membro do Movimento pelo Passe Livre (MPL).

Ver mais no Blog da Ocupação: (www.ocupacaoufba.blogspot.com) ou no Mídia Independente (www.midiaindependente.org).